Transtorno de Déficit de Natureza
A
fase da vida em que somos crianças, muitas conexões são manifestadas pela
primeira vez, relações interpessoais e extrapessoais são colocadas para
experienciarem um universo de sensações, emoções e sentimentos. Cultura,
padrões mentais, condicionamentos, tradições, como também, condições sociais,
econômicas e ambientais, influenciam diretamente na condição de como a criança
vai explorar este universo ao seu redor.
Na
história da evolução humana, chegamos ao ponto onde quê, para instalar as novas
regras econômicas necessitamos utilizar nosso tempo cada vez maior, com
trabalhos repetitivos, de má qualidade, longe dos ambientes naturais e
familiares, para gerar rendas, para gerar “coisas”, e tendo cada vez mais
coisas, nos perdemos no quê realmente é necessário para uma vida feliz e
saudável, perdemos a essência da vida, os pequenos gestos, as pequenas
atitudes, os valores que nos faz viver em harmonia, independente de raça ou
religião, valores como, o respeito, gentileza, gratidão, generosidade, verdade,
honestidade. Nos esquecemos do convívio (ação ou efeito de conviver; ato de
viver com alguém de maneira próxima; convivência), como uma maneira de
desenvolver os sentidos, fortalecer e amadurecer as emoções e favorecer a mente
com momentos presentes, vivendo no aqui, agora, deixando a vida fluir e se
manifestar.
Nesta
turbulência de consumo desenfreado, transmitimos para nossos filhos, que para
se sentirem bem é necessário gerar cada vez mais, bens de consumo.
Estas
crianças, foram crescendo acreditando nestas necessidades como prioridade,
estimulando a ansiedade, stress infantil, alimentação inadequada, falta de
concentração e criatividade, pois as conexões necessárias para seu
fortalecimento interior se torna superficial, não preparando assim, para o
desenvolvimento integral.
Gerações
e gerações se passaram vivendo desta maneira, fazendo-nos conviver cada vez
menos, com a Natureza. Atualmente esta falta de convívio, segundo Richard Louv,
o Transtorno de Déficit de Natureza, se manifesta muitas vezes, através de
doenças respiratórias, alergias, cardiovasculares, etc.
As
crianças quando estão junto a Natureza, são mais alegres, livres, o nível de
imunidade aumenta, devido á absorção de substâncias liberadas pelas plantas,
terra e outros minerais. Quando sobem em uma árvore, desenvolvem a percepção,
os sentidos, a coordenação motora e muitos outros atributos; quando andam
descalço, liberam a energia eletromagnética, criando um equilíbrio mútuo
energético; quando convivem com animais, estão aprendendo o respeito por outros
seres, o amor e os ciclos da vida; quando desbravam lugares diferentes, estará
sendo estimulado a confiança em si mesmo, a coragem e determinação; quando brincam
com materiais naturais, estão criando conexões cerebrais já despertos por
nossos ancestrais, mas adormecidos em nossas gerações.
Voltamos
então para o momento presente, resgatando a convivência saudável e equilibrada
de sinergia com o meio ambiente, pois para que as próximas gerações sobrevivem
é necessário rever valores, buscar a sustentabilidade e se aproximar de forma
definitiva da Natureza, fortalecendo a teia que nos une através da visão global
de seres viventes do mesmo planeta, da nossa casa, a Terra!
Patrícia
Querido
· Conte às crianças histórias sobre lugares na natureza que foram especiais para você durante a infância, depois ajude a encontrarem os delas.
· Revivam
antigas tradições. Capture vaga-lumes no começo da noite e solte-os ao
amanhecer. Faça uma coleção de folhas. Tenha um terrário ou um aquário.
·
Estimulem
as crianças a acamparem no quintal.
· Seja
um observador das nuvens, das estrelas, da lua e do céu, como também os pontos cardeais e estações do ano.
· Saia
para uma caminhada despreocupada com as crianças, trazendo a atenção para o
momento presente, e deixe que as condições do percurso se apresentem.
· Tenha
um “pote de maravilhas”, coletando maravilhas naturais, como sementes, pedras,
folhas, flores, conchas, etc. Aumentando a percepção e sensibilidade na
criança.
· Observe
aves, plante uma árvore, viva mesmo que seja por alguns momentos, junto a
natureza e verá que as próximas gerações serão imensamente gratos!
Atividades
extraídas do livro: Louv, Richard. A última criança na natureza: resgatando
nossas crianças do Transtorno de Déficit de Natureza.
Olá Patrícia! Gostaria de manifestar quão incrível achei suas análises, sua escrita simples e profunda a respeito de nossa interação com a natureza, com as forças e elementos envolvidos...e com os efeitos em nós produzidos, sentidos e desenvolvidos! As sugestões de atividades para as crianças me TRANSPORTARAM a momentos incríveis de minha infância...de modo que posso afirmar quão valioso é tudo isso! ....Estou criando uma amizade e projetos com Hamilton, acredito que nos conheceremos em breve aí na Base do OM...até, um abraço!
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